Sou um verme, um bicho, um desconhecido. Todos me odeiam. Todos me desprezam. Todos me julgam sem realmente me conhecerem.
Posso ser lindo, uma pessoa formidável. Mas como todos me dizem que sou feio, horroroso, uma pessoa má, que sou estúpido, ignorante, traidor. Posso ser lindo, de cara angelical, cabelos loiros loiros e azuis. Mas todos me dizem que sou um qualquer, mal vestido, porco, despreocupado. Posso até ser alto, bem constituído, sentir-me bem com o meu próprio corpo. Mas todos dizem que sou gordo, balofo, uma baleia assassina ou um texugo.
Conheci-te, achei-te fantástica, linda, perfeita. Eras-me especial. Tão, tão especial. Mas rapidamente me mandaste para fora da tua vida. É que o problema não era só tu que me eras especial. Eu contigo sentia-me especial. Tu fazias-me especial.
Sou qualquer um. Um verme andante. Um cabrão amante. Um mero insignificante.
Porque fiquei eu com este fim? Porque é que fui eu o azarado? Porque não sou eu o amado? Porque sou eu o gozado, o desprezado? Mas que raio estou eu neste mundo a fazer?
Deus, por favor, responde.
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